Certo ou errado é relativo. Principalmente quando consideramos o errado tão valioso quanto o certo. Nesse caso, o errado passa a ser certo. Entendeu? É, é meio complicado mesmo. Mas a ideia é exatamente essa.
Pois é essa estranheza que gera reflexão que os designers do estúdio Norman Kelley quiseram causar quando produziram o projeto Wrong Chairs, ou Cadeiras Erradas, exibida na Volume Gallery, em Chicago, no fim do ano passado. O trabalho apresentou uma série de modelos das clássicas cadeiras Windsor com pequenas modificações – que poderiam ser consideradas erros para quem as vê com o olhar viciado ou conservador.
No caso das Wrong Chairs, o defeito passou a ser qualidade: cada nova cadeira trazia uma característica nova que a tornava mais especial. Porque lembrava a Windsor, mas não era. Porque representava a Windsor em sua versão imperfeita, torta, inversa e, por isso mesmo, mais instigante para o olhar do observador. Porque narciso acha feio o que não é espelho, mas, como sabemos, aos poucos, aprende a apreciar a beleza do diferente.
Exatamente por ser diferente.