Adaptação de conteúdo original e fotos da Herman Miller
Entre os vários fatores que atraem uma pessoa para um emprego, o salário ainda é o principal. No entanto, a estrutura física da empresa e outros fatores como o ambiente do trabalho têm sido cada vez mais considerados pelas pessoas: é o que mostra uma pesquisa da Hassel Research.
Enquanto 45% das pessoas entrevistadas ainda se mostram preocupadas principalmente com a remuneração, 32% e 16% apontam como fator decisivo na escolha por um ou outra companhia a cultura e as instalações, respectivamente.
Isso significa que, quando se trata de captação e retenção de talentos, a remuneração é importante, mas se preocupar com a estrutura e a integração necessária, também fazem toda a diferença para uma empresa que deseja contar com os melhores colaboradores.
Invista em um ambiente corporativo que considere o propósito da sua organização e crie um fluxo que conecte as pessoas umas às outras e ao serviço, o que poderá aumentar e definir o que podemos chamar de “capital cultural” da sua empresa.
Mas como desenvolver uma cultura corporativa pelo design?
Nesse artigo, separamos três dicas para você ampliar a integração e colaboração no seu escritório a partir de um ambiente bem planejado e que busca refletir os valores da empresa. Confira:
Fuja do óbvio e incentive experiências sensoriais
Joseph White, diretor de Estratégia e Gerenciamento de Design no Local de Trabalho da Herman Miller, destaca que o design e o layout do escritório devem estar sempre alinhados uniformemente com o que é a empresa e com o que ela faz.
“O que você não deve fazer, na verdade, é o que muitas pessoas acabam fazendo: abarrotar o escritório com as cores da sua marca, aplicar o logotipo por todo lado ou outros exemplos muito óbvios”, explica.
Para White, é preciso pensar mais profundamente na experiência daqueles que vão usar aqueles espaços, como geralmente ocorre no planejamento urbano de praças ou parques cívicos:
“Objetos que despertam a atenção, exibidos de uma forma que aguça a curiosidade das pessoas, fazem muito mais efeito que um logotipo na parede ou um bloco de texto com a missão, visão ou valores da empresa. Isso permitirá que cada indivíduo forme sua própria relação com a história da organização. Assim, quando os colaboradores vão a esses espaços, eles se misturam com outros e começam a compartilhar suas próprias histórias”, afirma o diretor.
Para exemplificar, White comente sobre as técnicas de urbanismo utilizadas em parques históricos e praças que exploram esse efeito.
“Por todo o mundo, monumentos ou pedras angulares conseguem lembrar as pessoas de onde estão e qual o significado do lugar que estão. Em um ambiente corporativo, a ideia deve ser a mesma: é um local onde é importante ter abordagens culturais para lembrar as pessoas o propósito da organização, a história, as aspirações, coisas que conversam com as atividades do dia a dia e que representem o que elas fazem lá e qual é a natureza do trabalho delas”, completa.
Dê valor às pesquisas e aos aprendizados
Usando o próprio exemplo da Herman Miller, White descreve uma área comum que a empresa explora na frente da sede da empresa nos Estados Unidos. Conhecido como a ‘Porta da Frente’, esse local é onde as pessoas passam constantemente por causa da cafeteria, mas existem componentes significativos que as atraem ainda mais.
Outro espaço, nomeado como ‘Nelson Room’, em homenagem ao icônico George Nelson, figura fundamental no desenvolvimento da Herman Miller, apresenta fotos históricas dele e de outros fundadores e designers importantes dispostos nas paredes. Também estão em exibição objetos ligados a essas pessoas, como almofadas projetadas por Alexander Girard feitas de seus tecidos, por exemplo.
Ainda há uma área em que ambientes e showroom se misturam, com diversas cadeiras da Herman Miller feitas ao longo dos anos, e uma biblioteca cheia de livros relacionados a todos os aspectos do design, desde o gráfico até o industrial, têxtil e gravuras para consultas.
“Todo esse ambiente demonstra nossa abordagem abrangente e o valor que atribuímos à pesquisa e ao aprendizado”, diz White. “Estes são alguns exemplos de coisas que são colocadas intencionalmente não apenas para os funcionários, mas também para os visitantes, que demonstram um pouco como somos”, completa.
Deixe as pessoas decidirem como e onde o trabalho é feito
Os profissionais que elaboram o design do local de trabalho são capazes de criar espaços significativos com base na organização, mas são as pessoas que vão utilizar que conhecem suas próprias necessidades e como o ambiente consegue atendê-las.
Tradicionalmente, o principal meio de expressão pessoal de uma pessoa é sua mesa. Neste novo cenário de trabalho, há uma variedade maior. Se bem projetada, a personalização vem por meio da experiência, e não tanto dos itens de sua bancada.
Comparando-o com um design urbano com propósito, as pessoas encontram caminhos que adoram percorrer pela cidade, seja para um parque ou parando no mesmo café todas as manhãs.
“Você constrói um relacionamento íntimo com sua cidade com a forma como você navega por ela”, diz White. “Por exemplo, você adora passar por um lugar específico porque adora como a luz do sol passa por ali em uma determinada hora do dia, por exemplo”.
Isso também pode acontecer em um local de trabalho bem projetado. Caminhos vivenciais no trabalho podem encontrar o local tranquilo perfeito pela manhã para tomar um café e verificar seu e-mail ou seu local favorito próximo à janela para reorientar as ideias após o almoço.
“Esses espaços proporcionam ótimos momentos para as pessoas e elas aprendem a moldar sua própria experiência para atingir os objetivos”, diz White.
Apesar disso, criar experiências e variedade de opções não é espalhar aleatoriamente alguns sofás pelo escritório. Esses espaços, por serem um ambiente de trabalho, têm uma dupla função.
“Um sofá e uma lâmpada não vão atrapalhar você, mas não terá o maior impacto”, diz White. “Se você não tem tempo para a introspecção e apenas coloca algo que replica uma foto conceito do Pinterest, provavelmente vai ficar tudo bem e é melhor do que nada, mas provavelmente você está perdendo uma grande oportunidade de construir um pouco de cultura capital dentro de sua organização”, finaliza o diretor da Herman Miller.
Esses insights ajudaram você a refletir sobre a estrutura que você oferece na sua empresa? Pronto para transformar o escritório em um ambiente mais vivo e que reflita a cultura da organização? Compartilhe com a gente aqui nos comentários:
