A arquitetura do finlandês Alvar Aalto é marcante na história do desenvolvimento de uma identidade na construção da estética escandinava de sua geração – e das seguintes. O desenho de Alvar, com suas curvas bem delineadas e detalhes extremamente refinados, se consagrou ao longo dos anos. Mas a marca da passagem do desenhista pela história do design vai além do lápis, do papel e do concreto.
O arquiteto utilizava seus conhecimento não só para criar projetos que agradassem aos olhos mas, principalmente, que trouxessem soluções para a vida de quem fosse usá-los. E isso não se referia apenas a projetos residenciais práticos e funcionais que facilitariam a rotina de uma família ou planejamentos corporativos que tornassem mais produtiva a dinâmica de uma empresa. Ele se dedicava à grandes obras pensadas para levar qualidade de vida a pessoas em condições de saúde ou sociais dificultosas.
Uma das obras mais emblemáticas de Altar nesse sentido foi o projeto feito para o Sanatório de Paimio, na Finlândia, em 1932. Cada detalhe do desenho foi desenvolvido com o objetivo de trazer bem estar para a vida dos pacientes do centro psiquiátrico. Ele desenvolveu soluções específicas para o tratamento dos doentes, flexionando as preceptivas modernas para melhor se adaptar ao uso e ao local onde se inserem.
A lâmina fina, que garante ventilação abundante, as marquises desenhadas de modo quase arbitrário, em seus motivos curvos, e até mesmo detalhes, como a pintura mais escura das paredes em relação à do teto – pois ali é o lugar para onde os doentes mais olham, deitados em suas camas – tudo era pensado do ponto de vista humano.
É o olhar sensível sobre a matéria dura. Belo ensinamento.
